sábado, 28 de janeiro de 2012

Desde mocinha fora protegida pela mãe, até mesmo na escolha do nome - o pai queria que se chamasse Maria, em homenagem a mãe de Jesus-, não deixou, jamais, sua filha seria um nome tão comum, no geral que nomeava gente sem classe, sem pedigree.
-Vai se chamar Sheilla, com dois Ls, respondia, com o barrigão de oitavo mês. O pai, paciente e religioso tolerava os seus caprichos.
-Minha filha vai ter pedigree, nada de ser gente do povo. Olhe quem sou, minhas posses, com quem sou casada. Olhe quem são meus amigos e amigas.
E, tinha razão. Tinha um patrimônio de imóveis, e era ela quem administrava os prédios comerciais e residenciais de propriedade da família, os mais luxuosos do estado, com alguns prédios comerciais   pelo mundo- Tókio, Twain, Singapura e New York. Atuava no ramo de festas para a elite - era uma das mais cobiçadas promotter, paga a peso de ouro.
mantinha relações curtas com o poder, era amiga de ministros, governadores e senadores- desprezava vereadores, prefeitos  e alguns deputados estaduais.
Falava cinco linguas, passava férias fora do Brasil - ou, viajava para o exterior à negócios. Transitava com naturalidade na elite do Brasil - era questão de honra para algumas famílias nobres tê-la como convidada, até mesmo para velórios.
Depois, de oito anos de casada, enfim, engravidara - sua maior preocupação, ter uma filha e que seguisse os seus passos, com nobreza.
- Sou uma mulher de sangue azul, tenho pedigree, minha filha tem que ser assim, como eu.
O marido era dono de uma conhecida construtora, mais de 15 anos mais velho. Sabia ganhar dinheiro, sua empresa vivia encostada com o poder público- obras não lhe faltavam. Uma barriga saliente lhe desenhava o perfil, barba por fazer. Não tinha vaidades, por fim, frequentava à igreja católica aos domingos- ia quase sozinho- quando ela o acompanhava seria pra não fazer desfeita, devido à presença de algum casal amigo  que poderia interpretar mal a sua falta.
havia cuidado de sua gestação com esmero, deixara o cigarro, a bebida alcóolica e as noitadas - foram nove meses de reclusão aguardando a futura princesa dos negócios da família e da elite carioca, da nova elite carioca.
Até mesmo participações em algumas novelas da poderosa tv, fora rotina em sua vida de mulher de sucesso.


-Odeios pobre, odeio essa gente emporcalhada oriunda da áfrica ou do nordeste brasileiro, prefiro o cheiro dos meus cachorros - gritava com os empregados quando estes a aborrecia num deslize de tarefas.
Tinha bom gosto pelo o que era chique e rico. Conhecia os lugares mais caros e mais sofisticados de algumas das principais cidades do mundo. Pratos charmosos, bebidas finas e ambientes cheios de glamour. Como sabia que dinheiro era tudo na sua vida - desenvolveu o faro pras verdinhas. Empreendedora, investia em vários negócios pelo  mundo, apesar de ter como carro-chefe a compra, reforma de prédios antigos, aguardava a valorização da área e fazia prédios comerciais ou residenciais. Tinha quarteirões inteiros pelo mundo - ganhara muito espaço na elite assim.
Coisa comum encontrá-la nas colunas sociais dos maiores jornais do Brasil, e até do mundo.
Indagada por que, depois de tentos anos de casada, so agora, resolvera ter um filho, numa reunião de dondocas - ela, apesar de ser uma empresária de sucesso, empreendedora e promotter, tinha no seu hall de amigas, as que caçavam dotes e casavam com jogadores de futebol bem-sucedidos - os que jogavam na seleção brasileira e em clubes famosos da europa.
- Falta-me esta realização.
-Nossa, so essa Dama...
-É, sou uma mulher realizada, ja fiz de tudo na vida, ja experimentei e vivenciei todos os prazeres, todas as satisfações que a vida pode oferecer a uma mulher. Dinheiro, negócios, amizades, festas monumentais. Tenho saúde perfeita e os negócios de vento em popa. O que me faltava, um filho, que aliás, vai ser como eu queria, vou ter uma filha - até nisso a vida me atendeu, o sexo do bebe.
-Ah, amiga, fala a verdade, ninguém tem felicidade completa. Eu, por exemplo, sou casada ha cinco anos, e não sei o que é um orgasmo. Tenho o carro que sempre desejei ter na vida, moro bem numa mansão, tenho filhos maravilhosos, um cartão de crédito sem limites, mas...não sei o que é gozar de verdade.
Disse a segunda amiga, puxando o refrão das demais.
 -Bem falado, a minha vida sexual, é insossa, também. papai-mamãe, não dura mais do que três minutinhos, ou cinco...Logo eu uma mulher cheio de fogo, que antes de casar com o meu milionário era uma tremenda vadia - disse, arrancando uma gargalhada, em uníssono do grupo.
 Ela escutava, em silêncio as confissões de fracasso na cama das amigas. 
 Sua terceira amiga, disse:
 -Mas é assim,mesmo. casamos com milionários, o que têm de dinheiro têm de barriga e pau pequeno.
Mais uma sessão de gargalhadas, em uníssono.
- A minha felicidade é completa, eu sou inteiramente realizada sexalmente. Não tenho nada por que reclamar, juro.
Todas ficarma em silêncio. Aguardavam a voz da mais jovem de todas - Elenor, menos de trinta anos, três de casada com um famoso jogador de futebol.
-Não esperem muito de mim, ele vive nas baladas e ja chega em casa satisfeito. Vivo  com o dedinho...
 Elas se despidiram, saíram capisbaixas e mais uma vez se sentindo inferiores á Dama, como era conhecida na alta rotatividade social. Os carrões partiram com seus roncos silenciosos e com seus motoristas emburrados.
-Eu não me rendo, tudo o que eu quero eu conquisto, eu tenho sangue azul, eu tenho pedigree.

Falava para os seus botões. fechou o portão que interditava a ala residencial da casa com o jardim. Interfonou para a governanta dando uma ordem especial: - não quero ver ninguém na área do jardim e da piscina. dispense, por hoje os criados. Você ta autorizada a folgar hoje, quero a casa vazia dentro de 10 minutinhos.
- E, a sua filha, ela ta aqui lendo um livro...
- Diga que estou na garagem, ela sabe o que significa isso...
 E, assim foi feito. Entrando na garagem, tinha ainda o pensamento nas confissões das amigas. Sim, maridos ricos e barrigudos e de pau pequeno. Bando de fracassadas. marido rico, barrigudo e de pau pequeno. A lanna vive cheia de fantasias, adoraria ser varada por quatro homens de vez, mas prefere o dinheiro do barrigudo e de pau pequeno. Todas elas são assim, umas fracassadas, sem iniciativa, sem desejos de mudanças.
 -
-Vem, queridos, vem...
Disse para o pastor alemão e para o boxer, um cão enorme.
 -Eu tenho iniciativa, não é mamãe...-falou para os dois cachorros.
 Então, começou a tirar a roupa e a pegar nas partes púdicas dos cachorros. Ligou para o marido.
-Adolfo, ja estou na garagem com os nossos amiguinhos. Quero o de sempre, o boxer se revesando com o pastor comigo, de quatro e você de pirulito. 
- E a nossa princesinha...
-Ela ja está aqui brincando com os nossos bichinhos, preparano-os pra gente.
A nova elite carioca se apresentando, com ressonâcias da antiga.






















































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