sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Os  Olhos de Deus


Existem figuras estranhas, invisíveis aos olhos do homem comum, como existem nomes bem comuns, e nomes diferentes. Pois, bem ele se chamava Deus de Jesus Maria. 
Como podem pais fazer isso com uma criança, um nome que remete à religiosidade extremada - seriam seus pais fanáticos, ou um nome como este surge assim, do nada, num momento de delírio quântico.

Deus depois dos sete anos de idade se revelava uma criança diferente das demais, pouco falava, e era vez ou outra flagrado num riso cínico, meio Monalisa, de canto de boca.
Geralmente, fazia assim, dirigindo o olhar para determinda pessoa do recinto, ou em casa, na rua, na escola. Sempre rasgava aquele sorriso de Monalisa.

Sua mãe o perguntava o por quê daquele sorriso tão corriqueiro, Deus de Jesus Maria se recusava a falar, Botava os olhos no chão, esboçava um desvio de conversa, ou saia para outro lugar da casa.
- Existem crianças que têm amiguinhos invisíveis. Deve ser isso, mulher, fica tranquila. - Dizia uma de suas amigas, espírita.

- Ora, você ta vendo coisas, as crianças de hoje não são como as de antigamente. - Dizia a sua avó, quase octogenária.
Os pais tinham a mania de levar o menino para tudo que era lugar. No trabalho, nos passeios, restaurantes, praia, casas dos parentes. Deus ja passou uma tarde inteira no trabalho do pai, e ja passou várias horas no trabalho da mãe. O dinheiro era curto para pagar uma babá, e além do mais amavam demais aquele filho único. 

Deus era calado, calmo, sereno, uma candura de criança. Todos gostavam dele. Os anos se passsavam e Deus não abandonava aquele velho hábito - o sorriso rasgado no canto da boca, de Monalisa.
 Com o tempo a sua passou passou a observar que o seu sorriso de canto de boca não surgia á toa, era só em momentos especiais, ou quando estava Deus diante desta ou daquela fugura do cotidiano de suas vidas, seja no trabalho ou na casa de parentes, vizinhança.
- Ja te levei no terapeuta e ele disse que você é uma criança normal. 

Os professores nunca notaram algo  de estranho no seu comportamento, mas algo me deixa intrigada, é quando você acompanha determinada pessoa com o olhar e rasga um sorriso sutil, silencioso.
- Eu acho que ja posso falar pra senhora, tudo ao seu tempo, caso eu falasse antes, corria o risco de ser tachado de louco. 

A sua mãe vibrou, eufórica telefonou para o marido para que viesse logo para casa, abandonasse seja la o que fosse no trabalho. Primeiro o casal, só depois o resto da família. Então, com a chegada do pai, Deus começou a falar.

- Eu vejo o que as outras pessoas não vêem.
Como assim, querido - disse, intrigada a sua mãe.
- Vejo as pessoas como elas são de verdade, não como elas aparentam ser, é isso.

- mInha Nossa senhora, perdi uma tarde no trabalho pra ouvir uma peraltice de criança-, observou seu pai.
- Falo a verdade, os meus olhos são diferentes, eu posso ver as pessoas como elas são na verdade, não, como aparentam ser. E, vou começar a falar.

- Então, diz, o papai como vê o papai, diz...
- Primeiro vou falar do seu patrão, o Doutor Augusto.

Enquanto ele fica rico, cada vez mais rico, os funcionários da empresa dele ficam pobres, sabe como vejo ele, o seu patrão, como um sangue-suga, ele tem uma aparência horrível, caso a mulher dele pudesse ver a sua real forma, ela morreria de medo, porisso eu ria em ver uma mulher jovem, bonita de mãos dadas como um mosntro de filme de terror trash.

Caso os funcionários e clientes o vissem ele espantaria meio mundo de gente daquela empresa.
- Eu, querido, como vê  a mamãe...
- A mamãe é uma fada linda, vestida de azul.
- E o papai, querido, como vê o papai...

- O papai fica pouco comigo e com a mamãe, às vezes chega cheio de papéis do trabalho e estende a rotina do escritório pra casa. Nunca tem tempo pra gente brincar. Até mesmo a mamãe reclama que o senhor é muito bom de cama, deita e ronca.
- Ah, diga logo, filho como vê o papai...
- O papai é um burro de carga.
- Nossa, filhinho...
- Eu sabia que falar, seria assim, agradaria uns, e a outros, não.




























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