sábado, 19 de novembro de 2011

O Olho de Deus


Da  janela do seu quarto podia ver o desenho das pernas dela, tinha parte do seu corpo desnudo pelo lençol alvo. Havia acordado na madrugada, e como àquela parte entre os dois prédios, um vão sempre estava às escuras naquele horário, alta madrugada, por intuíção, resolvi olhar, e vi a janela aberta, a luz acesa e o par de coxas grossas, roliças expostas - a parte da bunda estava coberta pelo lençol.

Acendi mais um cigarro, e continuei olhando, imaginando se ela estava daquele jeito, convidativa para qualquer morador, que porventura, acordasse na madrugada e, acidentalmente olhasse para o vão entre os prédios, ou era mera coincidência.Talvez, ela estivesse acompanhada, e alguém necessitasse estar com a luz do quarto acesa.
Ela mexeu as pernas, o par de coxas se abriu mais ainda, o lençol correu mais. agora, a calcinha miudinha, fio dental tentava a muito custo conter a sua região glútea, uma bunda grande, bonita, na medida. Os prédios eram juntinhos, a noite se desnudava na madrugada - um silêncio sepulcral reinava - ao longe, um ruído,  de um carro que passava em velocidade. O meu sangue estava assim, como um carro ganhando a pista, tomando um rumo desconhecido.

Ela sabia que eu a observava, fazia áquela sedução de forma consciente - ou era so uma displicência, um momento de vacilo entre a vizinhança. Fosse o que fosse, fui me deixando seduzir. Estava interessado em ver mais, e fiz uma loucura. Sai do meu apartamento, conheço muito bem o meu prédio.

Posicionando-me nas escadas do oitavo andar poderia ganhar um vão e ali ficar frente a frente com a janela dela. Abri a porta, de forma silenciosa, deixei-a encostada e desci quatro andares pelo elevador, e mais um pela escada, ali fiquei mais próximo da janela dela, e pude ver o seu corpo em toda extensão.

Estava deitada na cama sozinha, parecia ser solitária, uma moradora nova naquele prédio. Tinha cabelos ruivos, posicionada de costas pra mim. Era muito bela, costas largas, braços esguios.

O que fazer, ficar ali olhando, admirando como se fosse o olhar de Deus, que a tudo ver, mas em nada toca. Num movimento brusco, se desfez do lençol, ficou completamente desnuda da peça fina e alva. Seu corpo era belo, muito belo.

Havia uma distância entre nós, considerável, como se fosse Deus e à Terra. Dois prédios, dezenas e dezenas de moradores, Pensei como Deus naquele momento. 
O que estavam fazendo os moradores naquele horário. Alguns dormiam a sono velado, outros curtiam prazeres desmedidos, de todas as formas - ela dormindo, ou intencionalmete, exibindo-se para Deus e o mundo. Acendi mais um cigarro, a noite seria longa - Talvez, ela tivesse aberto a janela, acendido a luz,  aventurando ter naquela madrugada, alguém que pudesse ter a sorte, de uma noite de insônia, poder vê-la com o olhar de Deus.







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