sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Brincar de Morrer

Diante do caixão, onde estavao corpo inerte de seu vovô, Julinho enxugou as lágrimas que escorriam pelo  rosto angelical de sua mãe. lançou um último olhar para o rosto desbotado, sem vida do vovô,e lançou uma frase fria, perguntou:
- mamãe não chora e me diz, por que as pessoas morrem...
A mãe o tirou dos seus braços, e forçou a sua cabecinha para que encostasse no seu ventre e ficasse de costas para o caixão.
- É o ciclo da vida, a vida tem começo, meio e fim. A gente nasce, cresce, vive  e morre. Ele está bem, vai pro céu.
- Sei, mas a morte é tão triste, você ta chorando. Um enterro é tão triste, o cemitério é tão feio - e ta caindo um chuvisco fino.
- É, mas tudo passa, até o chuvisco vai passar.
- Vou sentir falta do vovô.
- Todos vamos sentir.
E, naquela tarde de domingo,sob um clima de extrema melancolia, o caixão do vovô descia para a sepultura. Julinho, com oito anos, subia para a vida. Liberto dos olhos da mãe corria pelas sepulturas brincando de esconde-esconde com a priminha Dada, de nove anos.












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